terça-feira, 11 de novembro de 2008

Martires da Fé Cristã

Mártires da fé Cristã

Disponho deste tópico alguns mártires da fé cristã protestante.

Vamos através deste estudo conhecer como nasceu, morreu, viveu e suas obras.

Disponho tal assunto por achar que ele é no mínimo um estimulo a fé de cada cristão verdadeiro e que não negar a cristo esta além de pecados comuns cometidos por todos os mortais!

Exemplo vivo de que não negar a Cristo Jesus muitas vezes implica na própria vida.

Homens como Martin Lutero, Jan Hus ganharam as Paginas s da historia por se manterem firmes na sua fé e que nós possamos no mínimo ganhar uma linha da pagina do livro da vida de Cristo!

Jan Hus (Husinec, Boémia do Sul, 1369 - Constança, 6 de Julho de 1415) foi um pensador e reformador religioso. Ele iniciou um movimento religioso baseado nas ideias de John Wycliffe. Os seu seguidores ficaram conhecidos como os Hussitas. A igreja católica não perdoou tais rebeliões e ele foi excomungado em 1410. Condenado pelo Concílio de Constança, foi queimado vivo.

Um precursor do movimento protestante (ver: Reforma Protestante), a sua extensa obra escrita concedeu-lhe um importante papel na história literária checa. Também é responsável pela introdução do uso de acentos na língua checa por modo a fazer corresponder cada som a um símbolo único. Hoje em dia a sua estátua pode ser encontrada na praça central de Praga, a Staroměstské náměstí (Praça da Cidade Velha

Sua infância e estudos

Jan Hus,(ou mais conhecido por João Huss) o famoso reformador da Boémia, nasceu em Husinec (75 km s. s. w. de Praga) possivelmente a 6 de Julho de 1369, como se acredita, tendo sido queimado vivo em Constança a 6 de Julho de 1415. O nome Hus é a abreviação do seu lugar de nascimento, feita pelo próprio, em cerca de 1399; anteriormente era conhecido como Jan Husinecký, ou, em Latim, Johannes de Hussinetz. Seus pais eram checos de poucas posses.

Teve de ganhar a vida cantando e prestando serviços na Igreja. Sentiu-se atraído pela profissão clerical não tanto por um impulso interior mas pela atracção de uma vida tranquila como clérigo. Estudou em Praga, onde teria estado por volta dos anos 80. Foi grandemente influenciado por Stanislav ze Znojma, que mais tarde se tornaria seu amigo íntimo e finalmente um grande inimigo. Como estudante, Hus não mostrou grande distinção. Nos seus escritos usava frequentemente citações de John Wyclif. Era uma personalidade de temperamento quente. Em 1393 ele fez o Bacharelato em Letras, em 1394 o Bacharelato em Teologia, e em 1396 O Mestrado. Em 1400 foi ordenado padre, em 1401 tornou-se reitor da faculdade de Filosofia, e no ano seguinte foi reitor da Universidade Carlos. Em 1402 foi nomeado também pregador na Igreja de Belém em Praga, onde pregava em língua checa.

Influência de Wyclif na Boémia

No seguimento do casamento da irmã do rei Venceslau, Anne, com Ricardo II de Inglaterra em 1382, os escritos filosóficos de Wyclif tornaram-se conhecidos na Boémia. Como estudante, Huss tinha sido atraído por eles, particularmente pelo seu realismo filosófico. A sua inclinação para as reformas eclesiásticas foi despertada pelos escritos teológicos de Wyclif. O chamado Hussismo das primeiras décadas do século XV não era mais do que Wyclifismo transplantado para solo Boémio. Como tal, continuou até à morte de Hus, tornou-se depois Utraquismo e seguidamente Taboritismo (ver também: Guerras Hussitas).

Preparação da execução de Jan Hus.

Os escritos teológicos de John Wycliffe espalharam-se rapidamente pela Boémia, trazidos em 1402 por Jerônimo de Praga, renomado bacharel que havia estudado na Universidade de Oxford (onde Wyclif lecionara no século XIV) e que, mais tarde, tornou-se amigo e seguidor de Huss. Tais escritos causaram profunda impressão em Hus. A Universidade decretou-se contra as novas doutrinas, e em 1403 proibiu uma disputação sobre 45 Teses tiradas em parte de Wyclif. Sob a tutela do Arcebispo Zbyněk Zajíc (desde 1403), Hus gozou inicialmente de boa reputação. Em 1405 ele estava activo como pregador sinodal, mas o bispo foi forçado a depor contra ele devido aos ataques dele contra o sacerdócio.

Hus pregava o Sacerdócio Universal dos Crentes, no qual qualquer pessoa pode comunicar-se com Deus sem a mediação humana.

Antes de ser queimado, Hus disse as seguintes palavras ao carrasco: "Vocês hoje estão queimando um ganso (Hus significa "ganso" na língua boêmia), mas dentro de um século, encontrar-se-ão com um cisne. E este cisne vocês não poderão queimar." Costuma-se identificar Martinho Lutero com esta profecia (que 102 anos depois pregou suas 95 teses em Wittenberg), e costumeiramente se costuma identificá-lo com um cisne

Obs: O topico será atualizado ainda mais em breve, com a vida de outros grandes homens de Deus que influênciaram não so o mundo, mas tambem mudaram a historia da igreja em si, que o grande Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo nos abençoe e nos faça no minimo mudar a historia de nossa propia familia, casa, irmãos e amigos.
Deus em cristo vós abençoe!

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Vida de José do egito



José foi o 12 °. filho de Jacó; o primeiro com Raquel. Nasceu por volta do ano 1.700 AC e, conforme a Bíblia, era o filho preferido de Jacó
José (יוֹסֵף em Hebraico, que significa "Yahweh acrescenta"; ou Yôsēp̄ em Hebraico tiberiano, e mais tarde designado como Zaphnath-paaneah ou Tzáfnat panéach (צפנת פענח) ou Ẓáfənat paʿnéaḥ em hebraico padrão ou, ainda, , Ṣāp̄ənaṯ paʿănēªḥ em Hebraico tiberiano, cuja origem é egípcia, significando "Descobridor das coisas ocultas"), foi o décimo primeiro filho de Jacó, nascido de Raquel, citado no livro do Génesis, no Antigo Testamento, sendo considerado o fundador da Tribo de José, constituída, por sua vez, da Tribo de Efraim e da Tribo de Manassés (seus filhos). Quando tornou-se faraó, foi-se concebida a mão de Azenate, servante do faraó anterior.
Filho preferido de Jacó, apesar de não ser o seu primogênito (mas o primeiro filho de Raquel, a mulher que mais amava), José nunca escondeu a sua posição de superioridade em relação aos outros irmãos, que se ia manifestando através de sonhos em que a sua figura tomava sempre um lugar de destaque e liderança. O favoritismo, de que era alvo por parte do pai, valeu-lhe a malquerença dos irmãos, que o venderam como escravo a mercadores ismaelitas, por 20 moedas (sheqel) de prata.

Tendo sido, depois, comprado por Potifar (oficial e capitão da guarda do rei do Egipto), de quem se tornou o mais fiel e diligente dos criados, foi preso após acusação injusta da mulher do seu amo, depois de uma tentativa frustada de sedução por parte desta. Na prisão, tornou-se conhecido como intérprete de significado dos sonhos, pelo que é chamado pelo Faraó que, depois de verificar a sua real capacidade, o nomeia governador do Egipto (cerca de 1800 a.C.).

A história termina com o reencontro com os seus irmãos, arrependidos, e com a chegada destes, com seu pai, ao Egipto. É assim que o povo israelita se instala no Egipto, antes de ser escravizado e, mais tarde, libertado sob a liderança de Moisés.

A figura de José inspirou vários autores e artistas ao longo da história, devido à riqueza narrativa do relato que é, sem dúvida, uma das mais populares gestas bíblicas. Thomas Mann recontou a história em José e seus irmãos e Andrew Lloyd Webber, com "José e o deslumbrante manto de mil cores", passou a história para um musical de sucesso. Depois de arrependidos José ajudou seus 11 irmãos Zebulom, Issacar, Rúben, Naftali, Benjamin, Dã, Simeão, Levi, Judá, Gade e Aser.


                                Lições de José para nós hoje em dia

O texto acima nos relata a bibliografia de José, mas quais lições tirar para nós da vida de um homem que herdou as páginas da historia do mundo inteiro?

Eram muitas as adversidades na vida do jovem José. Aos 17 anos todos os indicadores favoreciam o prognóstico de derrota para a vida de José. Como, então, ele chegou aos 30 anos como um vencedor?

1º) MANTENDO-SE SEMPRE FIEL A DEUS 

(39:9 ..."como, pois, posso cometer este tão grande mal, e pecar contra Deus?")
Gênesis 39 nos relata que apesar de a mulher de Potifar "instar com José dia após dia" (v. 10), ele resistiu, afinal, dizia ele: "não posso pecar contra Deus". E qual foi o preço imediato da opção de José por manter-se fiel a Deus? Basta observar o v. 20: "então o Senhor de José o tomou, e o lançou no cárcere, no lugar em que os presos do rei estavam encarcerados; e ele ficou ali no cárcere".

Sinceramente, você suportaria tanta injustiça? José resistiu, foi fiel a seu patrão e a seu Deus, e onde foi parar? Vítima da armação da mulher de seu Senhor, ele foi para a prisão. Mas o jovem José se manteve fiel ao Deus Eterno. E este é o primeiro passo para uma vida vitoriosa em Deus.

O próprio Senhor Jesus declarou: "buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas as demais coisas vos serão acrescentadas" (Mt 6:33). José é um exemplo de como isso funciona na prática. Você precisa colocar este princípio em prática e resistir, não se contaminar com a imoralidade. O primeiro passo para ser um jovem vencedor é ser sempre fiel a Deus, custe quanto custar. 

2º) CONTAR SEMPRE COM A PRESENÇA ABENÇOADORA DE DEUS

Sendo fiel a Deus a Bíblia nos relata que José contava sempre com a presença abençoadora de Deus. Este é o segundo princípio para uma vida vitoriosa,  "contar sempre com a presença abençoadora de Deus".
Observe o capítulo 39 de Gênesis:
v. 2 "O Senhor estava com José, e ele tornou-se próspero, e estava na casa de seu senhor egípcio"
v. 3 "Vendo o seu senhor que Deus era com ele, e que tudo o que ele fazia o Senhor prosperava em suas mãos..."
v. 21 "O Senhor era com ele; estendeu sobre ele a sua benignidade, e lhe concedeu graça aos olhos do carcereiro..."
v. 23 "O carcereiro não tinha cuidado de coisa alguma que estava nas mãos de José, porque o Senhor era com ele, fazendo prosperar tudo o que ele empreendia" 
Perceba que a Bíblia é muito clara ao mostrar que o jovem José, fiel a Deus, contava, em tudo que fazia, com a presença abençoadora do Senhor. Isto é possível a todo crente, deste que se consagre a Deus.Observe o que o Deus Eterno promete ao seu povo em Dt 20:1: "Quando saíres à batalha contra teus inimigos, e vires cavalos, carros, e exército mais poderoso do que o teu, não os temerás, porque o Senhor teu Deus, que te tirou da terra do Egito, está contigo."

Esta mesma proteção é confirmada em Is 43:2: "Quando passares pelas águas, estarei contigo, e quando passares pelos rios, eles não te submergirão. Quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti."Eu poderia citar ainda muitos outros textos com promessas de Deus aos seus servos fiéis. Acrescento apenas mais uma, dita por Jesus em Jo 14:23 " Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada".

Eis aqui o segundo princípio para uma vida vitoriosa: contar com a presença abençoadora de Deus. É preciso ser fiel a Deus e contar com sua presença abençoadora. Há, ainda um terceiro princípio que você precisa aprender com José.

3º) AO INVÉS DE MURMURAR, APROVEITE CADA OPORTUNIDADE PARA TRABALHAR E TESTEMUNHAR

Em nenhum versículo de Gênesis encontramos qualquer indício de que José tenha se revoltado contra Deus, nem mesmo de que tenha dirigido qualquer palavra de inconformismo. Com sua biografia aprendemos que a murmuração não conduz à vitória. Pelo contrário, quando o povo de Deus se deu à murmuração, os castigos e a derrota caíram sobre ele.
Enquanto morou com sua instável família, José era o melhor dos filhos, aquele em quem o pai Jacó depositava sua confiança. Quando foi levado à casa de Potifar para servir como escravo, a Bíblia relata que José se destacou como o melhor e mais digno de confiança. No cárcere, idem. O carcereiro não demorou a perceber as qualidades do jovem José e logo confiou a ele uma série de atribuições. Mesmo durante os anos na prisão José trabalhou exemplarmente e testemunhou do seu Deus. Na casa do Faraó, como governador do Egito, José continuou trabalhando e sendo eficiente.
Você quer ter uma vida vitoriosa, então cinja o lombo e trabalhe!

Tome para você as recomendações que o Senhor deu a Josué, no primeiro capítulo de seu livro: seja fiel, não se desvie da Lei, se esforce e tenha sempre bom ânimo.

CONCLUSÃO

Em Gn 41:46 a Bíblia nos relata: "Era José da idade de 30 anos, quando esteve diante de Faraó, rei do Egito. E saiu José da presença de Faraó e viajou por toda a terra do Egito." Em 13 anos a vida de José sofreu uma tremenda reviravolta. Tudo parecia concorrer para sua infelicidade, mas ele colocou em prática princípios infalíveis e imutáveis.Estes mesmos princípios funcionarão em sua vida. Assuma agora o propósito de ser fiel a Deus, de buscá-lo e serví-lo a qualquer custo. Deixe o Espírito de Deus enxer sua vida - Ele quer fazer morada em você e abençoá-lo em tudo que você fizer. Resolva nunca murmurar. Veja nas adversidades oportunidades de Deus agir ainda mais em sua vida.Desta forma, você também será um vencedor.

Que o  grande Deus de José do Egito nós abençoe!

O aborto e o Cristão!


Se tenciona ler o artigo sobre o aborto, peço-lhe que o leia até ao fim, antes de tirar as suas conclusões. Este artigo poderá ser copiado livremente, mas com duas condições: Em primeiro lugar, que seja feita uma divulgação da totalidade do artigo e não somente a parte que mais se adapta às suas ideias, e em segundo lugar, que seja mencionada a sua origem, a “Mundodabiblia.blogspot.com ".

O estudo sobre o " aborto" é composto por duas partes, na 1° examinaremos as leis vigentes no Brasil a cerca do assunto e na 2° veremos a questão a luz da biblia sagrada.

O aborto tem ocorrido em toda a nossa sociedade, faz parte do nosso dia a dia, possa ser até que vc esteja nessa situaçao. então o que fazer ? como agir? o que diz a lei ? o que diz a lei de Deus ?

A todos um bom estudo e que a luz do Espirito Santo venha sobre cada um de nós! como disse Davi " Lanpada para meus pés é tua palavra Senhor, e luz para os meus Caminhos "

Fomos criados por Deus com capacidade para fazer escolhas e para assumir a responsabilidade das mesmas. Isto é específico do ser humano. E, perante situações difíceis e alternativas embaraçosas, dilemas mesmo, há que decidir por um mal menor ou pelo bem possível. Decidir sobre deixar ou não que se desenvolva o feto dum futuro homem-monstro, de um ser deformado, talvez sem membros, ou com uma cabeça minúscula, atrofiada, ou uma “aberração” siamesa, por exemplo. 
Os filhos devem ser o fruto duma união de amor. E quando, em vez disso, houve violação da mulher, pelo uso de força e brutalidade, altamente aversiva e traumatizante? É de preservar o fruto do assalto abusivo de um qualquer canalha? 
Este indivíduo é punível, por lei, pelo ato praticado. Deverá a lei punir a mulher por se recusar a ter um filho que resulte de tal ato? 
E quando a gravidez põe em risco a vida da mulher? É de sujeitá-la à morte? É de decidir pela morte de uma pessoa constituída como tal, em favor da sobrevivência dum feto que é um ser humano, sim, mas apenas em potencial ainda? 
Para talvez nascer, ou talvez morrer com a própria mãe? Escolher não é fácil. 
Não é fácil, nem se resolve pelo recurso simplista à lei divina “não matarás”. Até porque essa lei geral não é tão linear, nem tão taxativa como pode parecer. Não saiu dela a própria pena de morte, a morte do assassino? Não é a lei do “olho por olho dente por dente”? E não é verdade que o mesmo Deus que decretou essa lei, foi Quem orientou o Seu povo ordenando que matasse semelhantes seus, nomeadamente em situações de crise como foi a matança dos idólatras do bezerro de ouro? E disse-lhes: Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Cada um ponha a sua espada sobre a sua coxa, e passai e tornai pelo arraial, de porta em porta, e mate cada um a seu irmão, e cada um a seu amigo, e cada um a seu próximo. Êxodo 32:27. E quanto ao pecado de Acan. Então Josué, e todo o Israel com ele, tomaram Acan, filho de Sera, e a prata, e a capa, e a cunha de ouro, e seus filhos, e a suas filhas, e a seus bois, e a seus jumentos e a suas ovelhas, e a sua tenda, e a tudo quanto tinha; e levaram-nos ao vale de Açor. E disse Josué: 
Porque nos turbaste? O Senhor te turbará a ti, este dia. E todo o Israel o apedrejou com pedras, e os queimaram a fogo, e os apedrejaram com pedras. Josué 7:24/25. E que dizer da guerras que Jeová liderou, conduzindo Israel, nomeadamente na conquista de Canaã e na destruição dos seus habitantes? 
Se penetrarmos no âmago do assunto, se procurarmos a interpretação profunda do mandamento referido, teremos de escutar Jesus, na magistral lição do monte Mateus 5:21/22. Aí, o Mestre explicou a lei na sua verdadeira dimensão, a dimensão dos motivos, da intencionalidade. Transgredir a lei não se reduz ao acto consumado, mas também ao desejo. Transgredir é já acalentar no coração mesmo que não haja concretização finalizada. E, neste plano, não há ninguém impune. Todos somos culpados de todos os dez mandamentos, inclusive o de matar. 

Mata-se odiando, desejando a destruição de outrem; mata-se prejudicando o próximo por meio de agressão, de desgostos, de indiferença, de calúnia. Há matar de uma só vez e há ir matando. Envenenar em pequenas doses, ao longo do tempo, provocando a morte, é também cometer homicídio. Assim, quem pode apontar o dedo acusatório àquela mãe que, confrontada com um dilema grave e doloroso, decide não permitir que continue a gestação de um feto anormal ou aberrante? 
Jesus condenou o fanatismo legalista dos fariseus que coavam mosquitos e engoliam camelos Mateus 23:24. Os escribas e os fariseus faziam constante apelo à lei, à moralidade e aos bons costumes, tradicionais, numa perspectiva literalista, superficial, exibicionista e oportunista. Mateus 5:20, Mateus 6:1/18, Mateus 15:1/20, Marcos 7:1/23 O próprio Cristo foi apontado por eles, várias vezes, como transgressor da lei. Mas foi também contra os tais, contra esses religiosos “puritanos”, defensores da “justiça”, que o Mestre desferiu as mais veementes denúncias, as acusações mais causticantes Mateus 23

É para Jesus que precisamos de voltar. Para a Sua palavra, Seu exemplo, Seus critérios. E se, como Ele disse, a síntese de toda a lei é o AMOR Mateus 22:34/40, então é pelo amor que devemos pautar o nosso comportamento e as nossas atitudes, ainda que, aparentemente, em infracção da letra da Lei. Mas, O espírito é que vivifica ... João 6:63. E, como disse Paulo, em consonância com Jesus, ... a letra mata e o espírito vivifica. II Coríntios 3:6. Afinal, aqui também se aplica aquilo em que o Mestre tanto insistiu: ... Misericórdia quero e não sacrifício... Mateus 9:13. Aprendamos com Ele! 




   

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Vida e Obra de Daniel

Daniel (em hebraico דניאל) é um dos vários profetas do Antigo Testamento. A sua vida e Profecias estão incluídas na Bíblia no Livro de Daniel. O significado do nome é "Aquele que é julgado por Deus" ou "Deus assim julgou", ou ainda, "Deus é meu juiz"

No terceiro ano de Joaquim como rei de Judá, o rei Nabucodonosor, da Babilônia, atacou Jerusalém, e os seus soldados cercaram a cidade. Nabucodonosor conquistou cidade e pilhou objetos de valor que estavam no Templo de Jerusalém. Nabucodonosor levou esses objetos para a Babilônia e mandou colocá-los no templo do seu deus, na sala do tesouro. O rei Nabucodonosor chamou Aspenaz, o chefe dos serviços do palácio, e mandou que escolhesse entre os prisioneiros israelitas alguns jovens da família do rei e também das famílias nobres. Todos eles deviam ter boa aparência e não ter nenhum defeito físico; deviam ser inteligentes, instruídos e ser capazes de servir no palácio. E precisariam aprender a língua e estudar os escritos dos babilônios. Entre os que foram escolhidos estavam Daniel, Ananias, Misael e Azarias, todos da tribo de Judá. Aspenaz lhes deu outros nomes babilônicos, isto é, Beltessazar, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego respectivamente. Daniel ficou no palácio real até o ano em que o rei Ciro começou a governar a Babilônia. Ele sempre foi respeitado, até mesmo pelos governantes, por sua sabedoria. Não existem registros da data e circunstâncias de sua morte. Mas ele possívelmente morreu em Susa, com oitenta e cinco anos, onde existe uma provável tumba onde estaria seu corpo, este lugar é conhecido como 'Shush-Daniel'.

O Livro de Daniel


Daniel escreveu um dos livros do Antigo Testamento da Bíblia. O livro leva o nome de seu protagonista, Daniel. Vários Livros do Antigo Testamento recebem o nome de seu principal herói como título, como por exemplo os livros de Josué, Samuel, Ester, Jó etc. Mas tal título não indica necessariamente que essa pessoa foi a autora do livro. No caso de Daniel além de protagonista ele é o provável autor do Livro.

Contexto histórico

O livro de Daniel contém um registo de certos incidentes históricos da vida de Daniel e de seus três amigos, judeus deportados que estavam ao serviço do governo de Babilônia, e o registo de um sonho profético do rei Nabucodonosor, interpretado por Daniel, juntamente com o registo de visões recebidas pelo mesmo profeta. Mesmo o livro sendo escrito na Babilônia durante o cativeiro, e pouco depois dele, não tinha o propósito de proporcionar uma história do desterro dos judeus nem uma biografia de Daniel. O livro relata as vicisitudes principais da vida do estadista-profeta e de seus colegas, e foi compilado com fins específicos.

Antes de mais nada Daniel apresenta uma breve informação a respeito da razão pela qual ele se achava ao serviço do rei de Babilonia (Daniel 1). Depois de terem sido levados para Babilônia no primeiro cativeiro no ano 605 a.c., durante a primeira campanha do rei Nabucodonosor contra Síria, Daniel e outros príncipes de sangue real foram escolhidos para serem preparados para o serviço governamental. Os primeiros 19 anos da estada de Daniel em Babilônia foram os últimos anos da existência do reino de Judá, ainda que estava subjugado por Babilônia. A inútil política antibabilônica dos últimos reis de Judá atraiu catástrofe atrás de catástrofe sobre a nação judia.

O rei Jeoaquim, durante cujo reinado Daniel tinha sido levado cativo, permaneceu leal a Babilônia durante alguns anos. No entanto, mais adiante cedeu à política do partido pró-egípcio de Judá, e se rebelou. Como resultado, o país sofreu invasões militares; seus cidadãos perderam a liberdade e foram levados para o cativeiro, e o rei perdeu a vida. Joaquim, seu filho e sucessor, depois de um breve reinado de só três meses, viu a volta dos exércitos babilônicos para castigar a deslealdade dos judeus. Junto com milhares dos principais cidadãos de Judá, foi levado cativo no ano 597 a.c. Seu sucessor, Zedequías, evidentemente tratou de permanecer leal a Babilônia. No entanto, devido a sua debilidade e vacilação não pôde resistir durante muito tempo as propostas do Egito e os sentimentos antibabilônicos de seus principais conselheiros. Como resultado disto, Nabucodonosor já cansado das repetidas revoltas de Palestina, decidiu acabar com o reino de Judá. Durante dois anos e meio os exércitos da Babilônia assolaram a terra de Judá, tomaram e destruíram as cidades, inclusive Jerusalém com seu templo e seus palácios, e levaram cativos à maioria dos habitantes de Judá no ano 586 a.c.

Daniel esteve na Babilônia durante esses dias agitados. Sem dúvida viu os exércitos babilonicos que se punham em marcha para levar a cabo suas campanhas contra a Judéia e foi testemunha de seu regresso vitorioso e da chegada dos cativos judeus. Entre os cativos esteve o jovem rei Joaquim com sua família (II Reis 24:10-16), e mais tarde o rei Zedequias, a quem tinham arrancado os olhos (II Reis 25:7). Durante esses anos Daniel deve ter estado inteirado da agitação política que existia entre os judeus deportados, que fez com que o rei mandasse queimar vivos a alguns dos principais instigadores. Foi esta agitação a que impulsionou a Jeremias a enviar uma carta a seus compatriotas exilados na que os aconselhava a levar uma vida sossegada e calma na Babilônia (Jeremías 29).

Durante esses anos Daniel e seus três amigos cumpriram lealmente e sem alardes seus deveres como servidores públicos do rei e súditos do reino. Depois de sua esmerada instrução, chegaram a ser membros de um grupo seleto chamado os sábios, os que serviam ao rei como conselheiros. Foi então quando Daniel teve excepcional oportunidade de explicar a Nabucodonosor o sonho dos impérios futuros. Como resultado Daniel foi nomeado para um cargo importante, que aparentemente reteve durante muitos anos. Esse cargo lhe deu a oportunidade de fazer que o rei conhecesse o poder do Deus do céu e da terra, a quem serviam Daniel e seus amigos. Não se sabe quanto tempo permaneceu Daniel nesse importante cargo. Aparentemente o perdeu antes do ano 570 a.c. já que seu nome não se encontra no "Almanaque da Corte e o Estado", escrito em cuneiforme, que contém a lista dos principais servidores públicos do governo de Nabucodonosor nesse tempo. Não existem outros "Almanaques da Corte e o Estado" que sejam do tempo do reinado de Nabucodonosor. Na verdade, não se menciona a Daniel em nenhum documento extra-bíblico da época.

A ausência do nome de Daniel neste documento não é estranha, já que não sabemos quanto tempo permaneceu Daniel desempenhando um cargo público. Só se registram no livro de Daniel quatro acontecimentos principais do reinado de Nabucodonosor, e em três deles figura Daniel:
A educação dos príncipes judeus durante os três primeiros anos de seu reinado, o que inclui no ano ascensional 
A interpretação do sonho de Nabucodonosor no segundo ano do reinado do monarca 
A dedicação da imagem na Planície de Dura e a libertação extraordinária dos amigos de Daniel, num ano não especificado 
A interpretação do sonho de Nabucodonosor feita por Daniel, quem anunciou que o rei perderia a razão durante sete anos, o que provavelmente ocorreu durante os últimos anos do monarca 

Não se sabe nada das atividades de Daniel durante os anos quando Nabucodonosor esteve incapacitado. Também não sabemos o que fez Daniel depois de que o rei recobrou suas faculdades e seu trono, ou se prestou serviços durante os reinados dos reis posteriores: Amel-Marduk, Nergal-sar-usur, Labasi-Marduk, e Nabonido. No entanto, ele pode ver a decadência moral e a corrupção do poderoso império de Nabucodonosor, governado por reis que tinham assassinado a seus predecessores.

Daniel também deve ter observado com sumo interesse o rápido crescimento do rei Ciro de Persia no oriente, já que o nome 'Ciro' tinha sido mencionado na profecia como libertador de Israel (Isaías 44:28; 45:1). É também possível que no ano 553 a.c. Daniel visse a Nabonido nomear a seu filho Belsasar como rei da Babilônia enquanto Nabonido ia à conquista de Tema, na Arábia. Foi durante os três primeiros anos do reinado de Belsasar que Daniel recebeu grandes visões (Daniel 7-8), e o homem que até então tinha sido conhecido só como intérprete de sonhos e visões se transformou num dos grandes profetas de todos os tempos. Daniel.

Os babilônios pediram novamente os serviços de Daniel durante a noite da queda de Babilônia no ano 539 a.c., para que lesse e interpretasse a escritura fatal no muro da sala de banquetes de Belsasar. Depois de que os Persas se adonaram da Babilônia e de seu império, os novos governadores aproveitaram dos talentos e da experiência do ancião estadista da geração passada. Outra vez Daniel chegou a ser o principal conselheiro da coroa. Foi ele quem mostrou ao rei as profecias de Isaías, as quais influíram sobre o monarca persa para que promulgasse Declaração de Ciro, o decreto que terminava com o desterro dos judeus e lhes dava novamente uma pátria e um templo. Durante esta última parte da atuação pública de Daniel teve um atentado contra sua vida promovido por invejosos, mas o Senhor interveio maravilhosamente e liberou a seu servo (Daniel 6). Ademais recebeu outras visões importantes durante estes últimos anos de sua vida, primeiro durante o reinado de Dario o Medo e depois durante o de Ciro (Daniel 10, 11 e 12)

O autor

A opinião tradicional, tanto de judeus como de cristãos, é que o livro foi escrito no século VI a.c., e que Daniel foi realmente o autor. As evidências em favor dessa opinião são as seguintes:
Afirmações presentes no próprio Livro. O profeta Daniel fala em primeira pessoa em muitas passagens (Daniel 8:1-7 e 13-19, 27; 9:2-22; 10:2-5; etc.). Afirma que recebeu pessoalmente a ordem divina de preservar o livro (Daniel 12). O fato de que existam seções nas quais o autor se refira a si mesmo em terceira pessoa não é estranho, já que esse estilo é freqüente em obras antigas. 
O autor conhece bem a história. Somente um homem do século VI a.c., bem versado em assuntos babilônicos, poderia ter escrito quanto a alguns dos fatos históricos que se encontram no livro. O conhecimento desses fatos se perdeu depois do século VI a.c., pois não se registrou em outra literatura antiga posterior. Descobertas arqueológicas mais ou menos recentes trouxeram estes fatos novamente à luz. 
O depoimento de Jesus Cristo. Jesus mencionou a Daniel como sendo o autor (Mateus 24:15). Para todo cristão este depoimento é uma evidência convincente. 

A autenticidade do livro biblico de Daniel como sendo Canônico (livro proveniente de inspiração Divina) é real. Daniel no Capítulo 7 de seu livro menciona a marcha de grandes potências, as quais realmente aconteceram. Deste a Tomada de Babilônia por Ciro, o governante Medo-Persa até as mais conhecidas potências militares ascendentes da divisão do império de Alexandre, o Grande, o qual é descrito no livro de Daniel como um "leopardo com asas" devido a rapidez de suas conquistas, até um "chifre que declarava Blasfêmias" posteriormente reconhecido como o "Rei do Sul", ou seja mais uma potência ascendente da antiga babilônia que governa até nossos dias. o mais convincente é que Daniel escreveu valiosas profecias que estavam muito além de seu tempo, o um feito impossível de um ser humano realizar. Portanto a inspiração Divina na composição desse livro é comprovada por si só.

A organização do livro

O livro se divide em duas partes fáceis de distinguir. A primeira (Capítulos 1 a 6) é principalmente histórica. A segunda (Capítulos 7 a 12) tem um cunho profético. Apesar disto o livro constitui uma unidade literária. Para defender tal unidade podem apresentar-se os seguintes argumentos:
As diferentes partes do livro estão mutuamente relacionadas entre si. Se poderá compreender o uso dos copos do templo no banquete de Belsasar se for levado em conta como chegaram a Babilônia (Daniel 5:3; 1:1-2). No verso 3:12 se faz referência a uma medida administrativa de Nabucodonosor que se descreve no verso 2:49. No verso 9:21 se faz referência a uma visão prévia (Daniel 8:15-16). 
A parte histórica contém uma profecia (Daniel 2) estreitamente relacionada com o tema das profecias que se encontram na última parte do livro (Daniel 7 a 12). O capítulo 7 amplia o tema tratado no capítulo 2. Há também uma relação evidente entre elementos históricos e proféticos. A seção histórica (Daniel 1 a 6) constitui uma narração do trato de Deus com uma nação, Babilônia, e o papel desta no plano divino. Este relato tem o propósito de ilustrar a forma em que Deus trata a todas as nações. A semelhança do que ocorreu com Babilônia, cada um dos impérios mundiais sucessivos que se descrevem graficamente na parte profética do livro, recebeu uma oportunidade de conhecer a vontade divina e de cooperar com ela, e cada um teria de ser medido pela fidelidade com que cumpriu o propósito divino. Desta maneira o surgimento e a queda das nações representadas na parte profético devem compreender-se dentro do marco dos princípios expostos na parte histórica, vistos em ação no caso da Babilônia. Este fato converte às duas seções do livro numa unidade e mostrando o papel desempenhado por cada um dos impérios mundiais. 

Achados arqueológicos
 Cavernas de Qumran



Na primeira gruta de Qumran existiam três fragmentos do livro de Daniel, os quais foram publicados por D. Barthélemy e J. T. Milik, em Discoveries in the Judaean Desert I: Qumran Cave I (Descobertas no deserto da Judéia l: Caverna 1 de Qumran), (Oxford, 1955), Pp. 150-152. Os fragmentos provem de dois rolos ou de um mesmo Livro, nos quais os capítulos 1 e 2 foram escritos por um escriba e o capítulo 3 por outro. Uma comparação deste texto com o texto massorético mostra 16 variantes, nenhuma das quais afeta o significado da passagem. As diferenças são tão insignificantes que não se notariam numa tradução.

Este é um poderoso argumento para sustentar que o texto hebreu de Daniel está agora essencialmente na mesma forma em que estava pelo menos no tempo de Cristo.

Também é interessante o fato de que o capítulo 2 inclui a passagem na qual ocorre uma mudança do idioma do hebraico para aramaico. Nesse ponto há um espaço em branco entre a última palavra em hebraico e a primeira em aramaico, o que faz uma distinção clara entre as seções dos dois idiomas. É também digno de notar que, da mesma maneira que o texto masorético, estes fragmentos não contêm o canto apócrifo dos três meninos.

A quarta gruta de Qumran produziu fragmentos de couro de três manuscritos de Daniel (ainda não publicados em 1984), os quais, segundo se informou, estão em bom estado de conservação e representam porções consideráveis do livro. F. M. Cross, em Biblical Archaeologist, 19 (1956), 85-86; em Revue Biblique, 63 (1956), p.58.

Da sexta gruta de Qumran procedem vários fragmentos de papiros de Daniel, os que representam os versos 8:20-21; 10:8-16; e 11:33-38 (contêm nove variações ortográficas menores). Foram publicados por M. Baillet em Discoveries in the Judaean Desert III: Les Petites rottes de Qumran (Descobertas no deserto da Judeia III: as pequenas grutas de Qumran), (Oxford, 1962).

Confiabilidade do texto

Desde que o filósofo Porfírio realizou os primeiros grandes ataques contra a historicidade de Daniel (233-304 d.c.), este livro tem estado exposto aos embates dos críticos, ao princípio só de vez em quando, mas durante os dois últimos séculos o ataque foi constante. Por isso muitíssimos eruditos cristãos de hoje consideram que o livro de Daniel é obra de um autor anônimo que viveu no século II a.c., mais ou menos no tempo da revolução macabeia. Estes eruditos dão duas razões principais para localizar o livro de Daniel nesse século:
Entendem que algumas profecias se referem a Antíoco IV Epífanes (175-163 a.c.), e que a maior parte das profecias - pelo menos daquelas cujo cumprimento foi demonstrado - teriam sido escritas depois de ocorridos os acontecimentos descritos, as profecias de Daniel devem localizar-se com posterioridade ao reinado de Antíoco IV. 
Segundo seus argumentos, as seções históricas de Daniel contêm o registo de certos acontecimentos que não concordam com os fatos históricos conhecidos de acordo com os documentos disponíveis, estas diferenças podem ser explicadas se o autor não tivesse vivido os acontecimentos, e portanto só possuía um conhecimento limitado do que tinha ocorrido 400 anos antes, nos séculos VII e VI a.c. 

O primeiro dos dois argumentos não tem validade para os cristãos porque estes creem que os inspirados profetas realmente faziam predições precisas quanto ao curso da história. O segundo argumento merece um maior atendimento e por isso apresentamos aqui um breve estudo a respeito da validez histórica do livro de Daniel.

É verdade que Daniel descreve alguns acontecimentos que ainda hoje não podem ser verificados por meio dos documentos de que dispomos. Um desses acontecimentos é a loucura de Nabucodonosor, que não se menciona em nenhum registo babilônico que exista hoje. A ausência de comprovação de uma incapacidade temporaria do maior rei do Império Neo-Babilônico não é um fenômeno estranho num tempo quando os registos reais só continham narrações dignas de louvor. Darío, o Medo, cujo verdadeiro lugar na história não foi estabelecido por fontes fidedignas alheias à Bíblia, é também um enigma histórico. Encontram-se insinuações quanto a sua identidade nos escritos de alguns autores gregos e em informação fragmentaria de fontes cuneiformes.

As outras supostas dificuldades históricas que confundiam aos comentaristas conservadores de Daniel, foram resolvidas pelo aumento do conhecimento histórico que nos proporcionou a arqueologia. Mencionaremos a seguir alguns destes problemas mais importantes que já foram resolvidos:
A suposta discrepância cronológica entre Daniel 1:1 e Jeremias 25:1. Jeremías, que segundo o critério geral dos eruditos é uma fonte histórica digna de confiança, sincroniza o 4.º ano de Joaquim de Judá com o primeiro ano de Nabucodonosor da Babilônia. No entanto, Daniel fala que a primeira conquista de Jerusalém efetuada por Nabucodonosor ocorreu no terceiro ano de Joaquim, com o que indubitavelmente afirma que o primeiro ano de Nabucodonosor coincide com o terceiro ano de Joaquim. Antes da descoberta de registos dessa época que revelam os variados sistemas de computar nos anos de reinado dos antigos monarcas, os comentaristas tinham dificuldade para explicar esta aparente discrepância. Tratavam de resolver o problema supondo uma corregencia de Nabucodonosor com seu pai Nabopolasar ou pressupondo que Jeremías e Daniel localizavam os acontecimentos segundo diferentes sistemas de datas: Jeremías segundo o sistema judeu e Daniel segundo o babilônico. Ambas explicações já não são válidas. Resolveu-se a dificuldade ao descobrir que os reis babilonios, como os de Judá desse tempo, contavam os anos de seus reinados segundo o método do "ano de ascensão". O ano em que um rei babilonio ascendia ao trono não se contava oficialmente como seu primeiro ano, mas como o ano de ascensão ao trono. Seu primeiro ano, é o primeiro ano completo no calendário, não começava até o próximo dia de ano novo, quando, numa cerimônia religiosa, tomava as mãos do Deus babilônico Bel. Também sabemos por Josefo e pela Crônica Babilônica (documento que narra os acontecimentos dos onze primeiros anos de Nabucodonosor, descoberto em 1956) que Nabucodonosor estava empenhado numa campanha militar na Palestina contra Egito quando seu pai morreu e ele tomou o trono. Portanto, Daniel e Jeremías concordam completamente. Jeremías sincronizou o primeiro ano do reinado de Nabucodonosor com o quarto ano de Joaquim, enquanto Daniel foi tomado cativo no ano que subiu ao trono Nabucodonosor, ano que ele identifica como o terceiro de Joaquim. 
Nabucodonosor como grande construtor de Babilonia. De acordo com os historiadores gregos, Nabucodonosor desempenhou um papel insignificante na história antiga. Nunca se referem a ele como um grande construtor ou como o criador de uma nova e maior Babilonia. Todo leitor das histórias clássicas gregas reconhecerá que esta honra é dada à rainha Semiramis. No entanto, os registos cuneiformes dessa época, descobertos por arqueólogos durante os últimos cem anos, mudaram inteiramente o quadro apresentado pelos autores clássicos e confirmaram o relato do livro de Daniel que atribui a Nabucodonosor a construção - em verdade reconstrução - da "Grande Babilonia" (Daniel 4:30). Descobriu-se agora que Semiramis era rainha mãe em Assiria, regente de seu filho menor de idade Adad-nirari III (810-782 a.c.), e não reinou em Babilônia como afirmavam as fontes clássicas. As inscrições mostraram que ela não teve nada que ver com a construção de Babilonia. Por outro lado, numerosas inscrições de Nabucodonosor que ficaram nas construções provam que ele foi o criador de uma nova Babilonia, pois reedificou os palácios, templos e a torre-templo da cidade, e adicionou novos edifícios e fortificações. Já que essa informação se tinha perdido completamente antes da época helenística, nenhum autor poderia tê-la, salvo um neo-babilônico. A presença de tal informação no livro de Daniel é motivo de perplexidade para os eruditos críticos que não crêem que o livro de Daniel foi escrito no século VI, senão no II. Um exemplo típico de seu dilema é a seguinte afirmação de R. H. Pfeiffer, da Universidade de Harvard: "Provavelmente nunca saberemos como soube nosso autor que a nova Babilonia era criação de Nabucodonosor... como o provaram as escavações" - (Introduction to the Old Testament - New York, 1941). 
Belsasar, rei de Babilonia. O assombroso relato da descoberta feita por orientalistas modernos a respeito da identidade de Belsasar. O fato de que o nome deste rei não se tivesse encontrado em fontes antigas alheias à Bíblia, enquanto Nabonido sempre aparecia como o último rei de Babilonia antes da conquista dos persas, usava-se como um dos mais poderosos argumentos na contramão da historicidade do livro de Daniel. Mas as descobertas efetuadas desde meados do século XIX refutaram a todos os críticos de Daniel neste pespeito e têm vindicado de maneira impressionante o caráter fidedigno do relato histórico do profeta com respeito a Belsasar. 
Os idiomas do livro. Como Esdras, uma parte do livro de Daniel foi escrita em hebraico e outra parte em aramaico. Alguns explicaram este uso de dois idiomas supondo que no caso de Esdras o autor tomou documentos aramaicos, acompanhados com suas descrições históricas, e os incorporou a seu livro, o restante estava escrito em hebraico, o idioma nacional de seu povo. Mas tal interpretação não se acomoda com o livro de Daniel, onde a seção aramaica começa com o versículo 2:4 e termina com o último versículo do capítulo 7. A seguir há uma lista parcial das muitas explicações que oferecem os eruditos quanto a este problema, junto com algumas observações entre parênteses que parecem contradizer a validez dessas explicações: 

1. O autor escreveu os relatos históricos para quem falavam aramaico, e as profecias para os eruditos de fala hebréia. (No entanto existe aramaico nos capítulos 2 e 7 - ambos contêm grandes profecias - indica que esta opinião não é correta.)

2. Os dois idiomas mostram a existência de duas fontes. (Esta opinião não pode ser correta porque o livro tem uma unidade marcante, coisa que até mesmo alguns críticos radicais reconheceram)

3. O livro foi escrito originalmente em um idioma, e mais tarde algumas partes foram traduzidas. (Este ponto de vista deixa sem contestar a pergunta quanto à razão pela qual se traduziram só algumas seções ao outro idioma e não todo o livro.)

4. O autor publicou o livro em duas edições, uma em hebreu, outra em aramaico, para que toda classe de gente pudesse lê-lo; durante as perseguições no tempo dos Macabeos, algumas partes do livro se perderam, e as partes que se puderam salvar das duas edições foram reunidas num livro sem fazer mudanças (esta idéia tem o defeito de não poder ser comprovada e de basear-se em demasiadas conjecturas.)

5. O autor começou a escrever em aramaico no ponto onde os caldeos se dirigiram "ao rei em língua aramea" (Daniel 2:4), e continuou neste idioma enquanto escrevia nesse tempo; mas depois, quando voltou a escrever, usou o hebreu (Daniel 8:1).


A última opinião aparentemente está bem orientada porque parecesse que as diferentes seções do livro foram escritas em diferentes ocasiões. Pelo fato de ser um culto servidor público do governo, Daniel falava e escrevia em vários idiomas. Provavelmente escreveu alguns dos relatos históricos e algumas das visões em hebreu, e outras em aramaico. Partindo desta suposição, o capítulo 1 teria sido escrito em hebreu, provavelmente durante o primeiro ano de Ciro, e os relatos dos capítulos 3 ao 6 em aramaico em diferentes ocasiões. As visões proféticas foram registradas na maior parte em hebreu (Daniel 8 a 12), ainda que a visão do capítulo 7 foi escrita em aramaico. Por outro lado, o relato do sonho de Nabucodonosor (Daniel 2) foi escrito em hebreu até o ponto em que se cita o discurso dos caldeos (Daniel 2:4); e desde este ponto até o fim da narração o autor usou o aramaico.

Ao final de sua vida, quando Daniel reuniu todos seus escritos para formar um só livro, é possível que não tivesse considerado necessário traduzir certas partes para dar ao livro unidade lingüística, já que sabia que a maior parte de seus leitores entenderiam os dois idiomas.
 

Fragmentos dos Pergaminhos do Mar Morto


Aqueles que datam a origem de Daniel no século II a.c. têm também o problema de explicar por que um autor hebreu do período macabeo escreveu parte de um livro em hebreu e outra parte do mesmo em aramaico.

Também as peculiaridades ortográficas das seções arameas do livro de Daniel são parecidas às do arameo do Ásia ocidental dos séculos IV e III a.c., devido possivelmente a uma modernização do idioma, há diferenças notáveis. A ortografia não pode dizer-nos muito quanto à data quando se escreveu o livro, bem como a última revisão do texto da RVR não pode tomar-se como prova de que a Bíblia foi originalmente escrita ou traduzida no século XX d.c. No máximo, as peculiaridades ortográficas podem indicar quando se fizeram as últimas revisões da ortografia.

Entre os Rolos descoberto no Mar Morto há vários fragmentos de Daniel que provem do século II a.c. Pelo menos dois deles contêm a seção do capítulo 2 onde se faz a mudança do hebreu ao arameo e mostram claramente o caráter bilingue do livro nessa data.

O tema do livro segundo a perspectiva cristã

Com justiça poderíamos chamar ao livro de Daniel um manual de história e de profecia. A profecia é uma visão antecipada da história; a história é um repasso retrospectivo da profecia. Segundo a crença cristã o elemento previsivo permite que o povo de Deus veja as coisas transitórias à luz da eternidade, põe-no alerta para atuar com eficácia em determinados momentos, facilita a preparação pessoal para a crise final e, ao cumprir-se a predição, proporciona uma base firme para a fé.

Para os cristão as quatro principais profecias do livro de Daniel fazem ressaltar num breve esboço, e tendo como marco de fundo a história universal, o futuro do povo de Deus desde os dias de Daniel até o fim do tempo. Cada uma das quatro grandes profecias atinge um pináculo quando "o Deus do céu" levanta "um reino que não será destruído" (Daniel 2:44), quando o "filho do homem" recebe "domínio eterno" (Daniel 7:13-14), quando a oposição ao "Príncipe dos Príncipes" será quebrantada "não por mão humana" (Daniel 8:25) e quando o povo de Deus será livrado para sempre de seus opressores (Daniel 12:1). Portanto para os cristão, as profecias constituem uma ponte divinamente construída desde o abismo do tempo até as ribeiras sem limites da eternidade, uma ponte sobre o qual aqueles que, como Daniel propõem em seu coração amar e servir a Deus, pela fé poderão passar desde a incerteza e a aflição da vida presente à paz e a segurança da vida eterna.

A seção histórica do livro de Daniel revela, em forma surpreendente, a verdadeira filosofia da história. Esta seção serve de prefácio para a seção profética. Ao dar-nos um relato detalhado do trato de Deus com Babilonia, o livro nos capacita para compreender o significado do surgimento e da queda de outras nações cujas histórias estão embaralhadas na porção profético do livro.

Na seção histórica do livro encontramos a Daniel, cara a cara ante Nabucodonosor, o gênio do mundo pagão, para que o rei tivesse a oportunidade de conhecer ao Deus de Daniel, árbitro da história, e cooperasse com ele. Nabucodonosor não só era o monarca da nação maior desse tempo mas também era muito sábio e tinha um sentido inato do direito e da justiça. Em verdade, era a personalidade mais sobressalente do mundo gentio, o "poderoso das nações" (Ezequiel 31:11). Segungo Jeremias, dele Deus disse: "Agora eu pus todas estas terras em mãos de Nabucodonosor rei de Babilonia, meu servo" (Jeremias 27:6). Ao impor os judeus o cativeiro na Babilonia era desejável que existisse uma mão firme, mas que não fosse cruel, como eram as normas daquele tempo. A missão de Daniel na corte de Nabucodonosor foi a de conseguir a submissão da vontade do rei à vontade de Deus para que se realizassem os propósitos divinos.

Os primeiros quatro capítulos de Daniel descrevem os meios pelos quais, segundo Daniel, Deus conseguiu a obediência de Nabucodonosor. Em primeiro lugar, Deus precisava de um homem que fosse um digno representante dos princípios celestiais e do plano de ação divino na corte de Nabucodonosor; por isso escolheu a Daniel para que fosse seu embaixador pessoal ante Nabucodonosor. Os recursos que empregou Deus para atrair favoravelmente o atendimento do monarca para o cativo Daniel, e os meios pelos quais Nabucodonosor chegou a confiar primeiro em Daniel e depois no Deus de Daniel, ilustram a maneira em que o Altíssimo usa aos homens hoje para cumprir sua vontade na terra.

Deus pôde usar a Daniel porque este era um homem de princípios, um homem que tinha um caráter genuíno, um homem cujo principal propósito na vida era viver para Deus.

Daniel "propôs em seu coração" (Daniel 1:8) viver em harmonia com toda a vontade revelada de Deus. Primeiro, Deus o pôs "em graça e em boa vontade" com os servidores públicos de Babilonia. Isto preparou o caminho para um segundo passo, a demonstração da superioridade física de Daniel e de seus parceiros (vers. 12-15). Depois seguiu uma demonstração de superioridade intelectual. "Deus lhes deu conhecimento e inteligência em todas as letras e ciências" (vers. 17), com o resultado de que se os considerou "dez vezes melhores" que a seus competidores mais próximos (vers. 20). Dessa maneira, tanto em sua personalidade como no aspecto físico e intelectual Daniel demonstrou ser muito superior a seus colegas; e foi bem como ganhou a confiança e o respeito de Nabucodonosor.

Estes acontecimentos prepararam ao monarca para que conhecesse ao Deus de Daniel. Uma série de acontecimentos dramáticos: o sonho do capítulo 2, a maravilhosa libertação do forno ardente (Daniel 3) e o sonho do capítulo 4 mostraram ao rei a sabedoria, o poder e a autoridade do Deus de Daniel. A inferioridade da sabedoria humana, exibida no capítulo 2, fez que Nabucodonosor admitisse ante Daniel: "Certamente o Deus vosso é Deus de deuses, e Senhor dos reis, e o que revela os mistérios" (Daniel 2:47).

Reconheceu espontaneamente que a sabedoria divina era superior, não só à sabedoria humana, senão ainda à suposta sabedoria de seus próprios deuses. O acontecimento da imagem de ouro e do forno de fogo ardente fez que Nabucodonosor admitisse que o Deus dos céus "livrou a seus servos" (cap. 3: 28). Sua conclusão foi que ninguém em todo seu reino deveria dizer "blasfemia contra o Deus" dos hebreus, em vista de que "não há deus que possa livrar como este" (vers. 29). Então Nabucodonosor reconheceu que o Deus do céu não era só sábio senão poderoso, que não só era omnisciente como também omnipotente. O terceiro acontecimento, os sete anos durante os quais sua decantada sabedoria e poder lhe foram transitoriamente tirados, ensinaram ao rei não só que "o Altíssimo" é sábio e poderoso senão que exerce essa sabedoria e poder para reger os assuntos humanos (cap. 4: 32). Tem sabedoria, poder e autoridade. É notável que o primeiro ato de Nabucodonosor depois de que recuperasse a razão foi alabar, engrandecer e glorificar ao "Rei do céu" e reconhecer que Deus "pode humilhar" a "os que estão com soberba" (vers. 37), como o tinha feito ele durante tantos anos.

Mas as lições que Nabucodonosor aprendeu pessoalmente durante um período de muitos anos não beneficiaram a seus sucessores no trono de Babilonia. O último rei de Babilonia, Belsasar, desafiou abertamente ao Deus do céu (cap. 5:23) apesar de que conhecia o que lhe tinha sucedido a Nabucodonosor (vers. 22). Em lugar de fazer em harmonia com o plano divino, "Babilonia se converteu em orgulhosa e cruel opressora" e ao recusar os princípios celestiais forjou sua própria ruína. A nação foi pesada e foi achada falta (cap. 5: 25-28), e o domínio mundial passou aos persas.

Ao livrar a Daniel do fosso dos leões, Deus demonstrou seu poder e autoridade ante os governantes do Império Persa (cap. 6:20-23) como o tinha feito anteriormente ante os de Babilonia. Um edital de Darío em Média reconhecia ao "Deus vivente" e admitia que ele "permanece por todos os séculos" (vers. 26). Ainda "a lei em Média e de Persia, a qual não pode ser abrogada" (vers. 8) deveu ceder ante os decretos do "Altíssimo" que "tem o domínio no reino dos homens" (cap. 4: 32). Ciro foi favoravelmente impressionado pela milagrosa prova do poder divino exibida na libertação de Daniel do fosso dos leões. As profecias que falam de seu papel na restauração de Jerusalém e do templo (Isa. 44: 26 a 45: 13) também o impressionaram grandemente.

Assim é como o livro de Daniel expõe os princípios de acordo com os quais operam a sabedoria, o poder e a autoridade de Deus através da história das nações, para o cumprimento final do propósito divino. "Deus engrandeceu a Babilônia para que pudesse cumprir seu propósito". Ela teve seu período de prova, "fracassou, sua glória se murchou, perdeu seu poder, e seu lugar foi ocupado por outra nação".

As quatro visões do livro de Daniel tratam da luta entre as forças do bem e do mal nesta terra, desde o tempo de Daniel até o estabelecimento do eterno reino de Cristo. Já que Satanás usa os poderes terrenais em seus esforços para frustrar o plano de Deus e destruir seu povo, estas visões apresentam aqueles poderes através dos quais o maligno atuou com muito empenho.
A primeira visão (cap. 2) trata principalmente de mudanças políticas. Seu propósito primordial era revelar a Nabucodonosor seu papel como rei de Babilonia e comunicar-lhe "o que tinha de ser no porvir" (vers. 29). 
A segunda visão (cap. 7) aparenta ser um suplemento da primeira visão. Destaca as vicissitudes do povo de Deus durante a hegemonia dos poderes mencionados na primeira visão, e prediz a vitória final dos santos e o juízo de Deus sobre seus inimigos (vers. 14, 18, 26-27). 
A terceira visão (cap. 8-9) complementa à segunda e faz ressaltar os esforços de Satanás por destruir a religião e o povo de Cristo. 
A quarta visão (cap. 10-12) resume as visões precedentes e trata o tema em forma mais detalhada do que qualquer das outras. Amplia o tema da segunda visão e o da terceira. Põe especial ênfase em "o que tem de vir a teu povo nos postreros dias; porque a visão é para esses dias" (cap. 10: 14), e o "tempo fixado era longo" (vers. 1, RVA). A narração bosquejada da história que se encontra em 781 o cap. 11: 2-39 leva a "os postreros dias" (cap. 10: 14) e os acontecimentos "ao cabo do tempo" (cap. 11: 40). 

As profecias de Daniel estão estreitamente relacionadas com as do livro do Apocalipsis. Em grande parte o Apocalipse trata do mesmo tema, mas faz ressaltar em forma especial o papel da igreja cristã como povo escolhido de Deus. Em conseqüência, alguns detalhes que podem parecer escuros no livro de Daniel com freqüência podem aclarar-se ao compará-los com o livro do Apocalipsis. Daniel recebeu instruções de fechar e selar aquela parte de sua profecia referente aos últimos dias até que, mediante um estudo diligente do livro, aumentasse o conhecimento de seu conteúdo e de sua importância (CS 405; cap. 12: 4). Ainda que a porção da profecia de Daniel relacionada com os últimos dias foi selada (cap. 12: 4; HAp 467), o apóstolo João recebeu instruções específicas de não selar "as palavras da profecia" de seu livro, "porque o tempo está perto" (Apoc. 22: 10). De maneira que para obter uma interpretação mais clara de qualquer porção do livro de Daniel do que seja difícil de entender, devêssemos estudar cuidadosamente o livro do Apocalipse em procura de luz para dissipar as trevas.